
Afastamento do trabalho por estresse cresce 240% em MG
14/10/2013 11:23Cobrança exagerada do chefe, prazos apertados, metas desafiadoras demais. Tudo isso fez com que os afastamentos do trabalho por estresse crescessem 240% em Minas Gerais nos últimos cinco anos. Em 2007, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apurou 472 afastamentos no Estado por causa do estresse. Em 2012, o número pulou para 1.609. O mal é responsável por 0,5% das licenças médicas.
Segundo ela, a partir de 2008 ficou mais fácil a liberação dos afastamentos pelo INSS. “Até então, a empresa tinha que fazer uma comunicação por acidente de trabalho, depois foi implantada a metodologia do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) e ficou mais fácil identificar a doença”.
O coach e neurocientista do Instituto Brasileiro de Gestão Avançada (IBGA) Aguilar Pinheiro explica que um dos os primeiros sinais do estresse é o aumento acentuado da irritabilidade. “Existe uma área no cérebro chamada amígdala cerebral, que, em situações de pressão forte, secreta substâncias que afetam o sistema nervoso e as glândulas suprarrenais e pode desencadear sintomas físicos como retenção de líquido e síndrome do intestino irritável”, diz.
De acordo com o especialista, a pessoa tem que se conhecer e perceber que não estava assim antes. Com o engenheiro Ricardo Cleto, quem percebeu foram o pai e os amigos. “Eu estava no comando de uma grande obra, com muita cobrança, demora do governo na liberação das licenças e metas apertadas. Fiquei muito irritado, até que meu pai percebeu e me levou para um psiquiatra, que me afastou de 15 de julho a 13 de setembro. Eu descansei nesse período e agora estou apto a trabalhar novamente”, contou o engenheiro, ao sair da perícia médica no INSS.
A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, lembra que, quanto mais afastamentos por estresse acontecerem, maiores serão os gastos do governo. “A solução é integrar as políticas de seguridade, assistência social e saúde. Até 2001, havia um conselho que reunia essas políticas, mas ele foi extinto”, lembra.
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